A história de Jonas caracteriza para muitos a experiência dos mortais, quando o mal parece assolá-los por todos os lados e não existe nenhum meio aparente de escapar. A narrativa registra: “As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça” (Jonas 2:5). Contudo, deve ter vindo à mente de Jonas, de alguma maneira, a convicção de que sua experiência, aparentemente desesperadora, não era tanto uma condição externa da qual ele necessitava ficar livre, mas sim uma condição de pensamento errôneo que necessitava ser corrigida. Sua memorável oração reconheceu incondicionalmente Deus e Seu poder de libertar: “Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo. Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso. Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação!” (Jonas 2:7-9).
É somente o senso material que desfalece, que fica deprimido. Precisamente no momento em que, de forma agressiva, esse senso material alega que nos derrotou, nós, como Jonas, podemos nos lembrar do poder de Deus e a Deus elevar nossas orações, pois Ele sempre as ouve. Nós também podemos abandonar as falsas crenças de derrota, desânimo, desespero, e assim por diante, ou seja, podemos sacrificar a crença de que essas qualidades sejam reais. Podemos antever a segurança e a perfeição reais e intactas da ideia espiritual de Deus, a qual o erro não pode obscurecer. O erro não pode nos levar a nos recusarmos a abandonar o sentimento de estarmos à mercê de nossa própria sorte por termos obedecido e aceitado esses falsos argumentos. Ao tomar nossa posição com determinação, teremos a prova de que “Ao Senhor pertence a salvação!”. Podemos ver e aceitar, não o que o erro diz que não pode ser feito, mas o que Deus diz que Ele já fez, e o que o homem, como Seu reflexo, está expressando agora. Nada pode nos impedir de curar-nos a nós mesmos do erro de aceitar desanimadoras afirmações adversas.
Temos apenas de escutar as mensagens angelicais de Deus, as quais nos revelam os fatos espirituais que estão sempre presentes. “...por toda a terra se faz ouvir a Sua voz, e as suas palavras, até os confins do mundo...” (Salmos 19:4). Não há nenhuma ocasião ou lugar em que Sua voz, a afirmação do Amor que destrói o medo e da Verdade que elimina a falsidade, não seja ouvida. Em toda situação humana o Cristo, a Verdade, está presente com sua mensagem redentora. O fato espiritual ou afirmação correta acerca de lar, corpo, negócio ou suprimento, está eternamente ao nosso alcance para que o aceitemos.
Os Cientistas Cristãos deveriam empenhar-se em obter e realizar curas rápidas. É gratificante constatar melhoras rápidas e constantes, como resultado de trabalho fiel. Mas, se apesar da verdade declarada o progresso parece demorado, o trabalho de cura está ocorrendo, mesmo que os sintomas não pareçam indicá-lo. Um estudante de Ciência Cristã estivera lutando durante vários dias com um problema que lhe causava muitas dores, e também febre e fraqueza. Os sintomas e o desconforto pareciam muito reais para ele. Naquela noite, ele prometeu reconhecer os fatos a respeito do seu existir espiritual e harmonioso. Embora os sintomas tivessem piorado, disse ao praticista que ele não os estava aceitando, que havia feito progresso espiritual definitivo e que estava agora controlando seu pensamento, confiante de sua demonstração. Ficou comprovado que essa intuição estava certa, porque mais tarde, naquela noite, a melhora foi marcante e, no dia seguinte, ele conseguiu se levantar e ir ao escritório para trabalhar.
A Ciência Cristã revela que aquilo que a mente mortal denomina problemas de negócios, ou um estado corpóreo discordante, é inteiramente mental, uma fase da crença humana ignorante objetivada. Quando se torna claro que não estamos lidando com uma situação real que precisa ser mudada, mas somente com um pensamento errôneo, com uma afirmação falsa que precisa ser rejeitada e substituída pelo fato espiritual, nós nunca teremos medo nem dúvida. O que se afigura como real parece assim somente para a crença errônea. Não é uma realidade para o homem à semelhança de Deus, como também nunca foi, de modo algum, real. Quando os pacientes parecem estar doentes, a doença não é uma realidade. O que os pacientes necessitam de fato é serem curados da crença de que o homem real esteja ou possa estar doente. É de grande ajuda abandonar todo pensamento a respeito de nós mesmos como um mortal que necessita de cura. Em realidade, o que se necessita é de uma melhora no pensamento, uma mudança de consciência, ou seja, de uma base material para uma base espiritual. Mede-se o progresso, não pelo que a matéria apresenta, mas pelo que reconhecemos e demonstramos da nossa verdadeira e imaculada identidade na semelhança do Espírito. Nossa Líder pergunta: “Quem se lembra de que a paciência, o perdão, a fé duradoura e o afeto são os sinais por meio dos quais nosso Pai indica os diferentes estágios pelos quais o homem passa, quando se recupera do pecado e entra na Ciência?” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 100).
O pensamento iluminado por Deus nunca é obscurecido ou confundido pelas afirmações falsas a respeito da identidade real e perfeita do homem. A premissa da mente mortal, de que a ideia de Deus aceita e age de acordo com suas crenças, é inteiramente falsa. A Sra. Eddy escreve: “De acordo com a Ciência Cristã, os únicos sentidos reais do homem são espirituais e emanam da Mente divina. O pensamento passa de Deus para o homem, mas nem a sensação nem a informação passam do corpo material para a Mente. A intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua ideia, o homem” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 284).
O magnetismo animal não pode apresentar nenhum relatório para o homem real. Quando a mente mortal faz um relatório de sintomas de doença, de fracasso, de carência e argumenta que estamos separados de Deus, esse relatório não se refere a um status que realmente existe. É uma falsa alegação que nunca existiu para a Mente divina ou para a ideia inteligente da Mente, o homem, que conhece eternamente a realidade. Essa falsa afirmação parece real somente porque damos realidade ao irreal. Se os sentidos físicos nos relatassem aquilo que é verdadeiro, Jesus estaria errado ao derrotar o testemunho desses sentidos. Ele nunca aceitava a falsa afirmação da parte desses sentidos, mas refutava-a com a afirmação verdadeira quanto à perfeição do homem, afirmação essa que ele sempre ouvia e recebia diretamente do Pai.
A multiplicação das falsas afirmações não as torna verdadeiras, da mesma forma que um milhão de pessoas que acreditassem que cinco mais cinco é igual a onze jamais tornaria real esse resultado. Nenhuma quantidade de falsas crenças jamais pode alterar nem sequer um número na matemática. Similarmente, por ser irreal a doença, nunca existe um momento em que o mesmerismo possa torná-la real. Acreditar que a doença seja real só pode dar a ela uma aparente realidade. Da mesma forma, o passar do tempo não corrige um erro ou uma falsa afirmação. O passar do tempo não eliminará um erro cometido por um contador, mesmo que este arquive seus livros contábeis durante dez anos. E o tempo decorrido não tornará mais difícil corrigir o erro. A inteligência o corrigirá em ambos esses exemplos. Semelhantemente, um problema de carência continuada ou uma doença crônica não é mais difícil de curar devido ao fato de que pareçam estar ocorrendo há muito tempo.
O praticista da Ciência Cristã não acredita em uma falsa afirmação que argumente doença, persistência da doença ou ausência de melhora. A afirmação, sendo falsa, não é conhecida pelo homem, nem está circulando no universo de Deus. O praticista aceita como verdadeira somente a afirmação que a Mente divina transmite. Ele permanece na consciência da totalidade de Deus e não é influenciado pelas falsas afirmações da mente mortal. Independentemente de qual seja a alegação, ele continua a confiar nos fatos espirituais que lhe foram revelados por Deus.
Isaías escreveu: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro. Desperta-me a memória; entremos juntos em juízo; apresenta as tuas razões, para que possas justificar-te” (43:25, 26). Quando a verdade a respeito do glorioso existir do homem é aceita, ela de tal maneira ilumina a consciência, que apaga todo senso de que a transgressão ou a incapacidade façam parte da nossa experiência. Deus não associa o pecado e a doença aos Seus filhos. O pensamento humano não pode se lembrar ou conhecer nada relativo ao homem, a ideia espiritual de Deus, que possa diminuir a pureza incorruptível, a saúde inabalável e a perfeição inviolável que são inerentes ao seu existir como filho de Deus. Aqueles que declaram a cura e vivem as verdades transformadoras que o Amor eternamente transmite, serão “justificados” e terão a comprovação dessas verdades.
O homem real não se desvia do fato de que ele é perfeito. Sua consciência inclui somente ideias corretas. Consequentemente essa consciência não inclui nenhum conceito errôneo de corpo, saúde, suprimento ou êxito. Nessa consciência não existe nenhuma crença errônea que não cede, não existe nada que tenha ansiedade por alcançar a verdade, ou possa resistir à verdade. O homem não tem nenhuma capacidade, derivada de Deus, com a qual possa tomar conhecimento das informações da mente mortal de pecado ou doença, ou para expressá-las. Ele conhece somente o bem.
Os pensamentos puros de Deus, Seus anjos, passam diretamente para o homem, que é um com Deus. Só eles o impelem, o inspiram e o controlam, eternamente. Eles fazem com que apareça claramente a natureza verdadeira, divina, do homem, imune às crenças más. Eles revelam que a saúde do homem é invulnerável, e que todas as suas funções e ações são espirituais e harmoniosas. Esses anjos, esses pensamentos puros de Deus, tornam sem efeito todas as sugestões de obstrução e discórdia, pois trazem a compreensão de que o homem inclui o senso verdadeiro de ação, é livre e harmonioso, porque esse senso é governado por Deus. Esses pensamentos sempre nos iluminam e fazem com que percebamos ilimitado suprimento e novas oportunidades.
Depois que Deus lhe deu os Dez Mandamentos, “...disse o Senhor a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vistes que dos céus eu vos falei” (Êxodo 20:22). O ato de ouvir a voz de Deus nos capacita a lidar com situações difíceis a partir do ponto de vista da harmonia e perfeição sempre presentes. As Escrituras ainda declaram: “...em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei” (Êxodo 20:24). Em todo silencioso santuário do pensamento, sempre que a natureza perfeita de Deus e do homem à Sua semelhança é revelada à consciência, a presença de Deus é para nós uma realidade e essa consciência vem a nós e nos abençoa.
Deveríamos reivindicar continuamente o relatório correto que nos é dado do céu. O relatório feito pela mente mortal não pode alterar nem sequer um til da realidade, mas a voz que vem dos céus, ou seja, da harmonia, quando aceita, silencia o relatório apresentado pela mente mortal e o substitui pelo fato espiritual. Sejamos gratos pelo fato de que na Ciência do Cristianismo a revelação e a demonstração são uma só coisa. Podemos descansar na certeza de que os pensamentos angelicais que revelam a perfeição do homem nos capacitam a demonstrar essa perfeição, conforme nos dizem as palavras de um hino:
Pensar em Ti tem mais poder
Que todo erro queira ter.
(Samuel Longfellow, Hinário da Ciência Cristã, 134, tradução © CSBD)