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Original para a Internet

Momentos de ressurreição — aqui e agora

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 25 de março de 2024


Era a manhã da ressurreição e, de acordo com o Evangelho de João, Maria Madalena estivera no sepulcro e havia visto que a imensa pedra da entrada fora removida (ver João 20:1–10). Seu amado Mestre não estava em nenhum lugar. Imagine o que ela deve ter sentido. Será que alguém o havia retirado dali? Foi o que ela pensou e estava ansiosa para dar essa notícia. Foi correndo contar a Pedro e ao discípulo “a quem Jesus amava” aquilo que acabara de descobrir.

O artista suíço Eugène Burnand (seguindo a tradição de que o discípulo “a quem Jesus amava” era João), ilustrou o evento em seu quadro datado de 1898: “Os discípulos Pedro e João correndo para o túmulo na manhã da ressurreição”. Essa impressionante obra de arte, que atualmente está exposta no Musée d’Orsay em Paris, foi descrita por alguns como o melhor quadro já pintado sobre a Páscoa. Burnand conseguiu captar e retratar um momento emocionante no discipulado dos dois homens.

A representação do artista ajuda o observador a imaginar o que pode ter passado pela mente desses discípulos, enquanto rapidamente se dirigiam ao túmulo de Jesus, após terem encontrado Maria Madalena. Talvez estivessem preocupados, sem saber ao certo o porquê. Será que se lembraram da profecia de Jesus, de que ele seria crucificado e ressuscitaria depois de três dias? Eles precisaram ver por si mesmos e encontraram no túmulo apenas o lençol de linho e o pano que estivera em volta da cabeça de Jesus.

Então, o que isso significou para eles? O que deveriam fazer a seguir? Jesus os ensinou bem e eles aprenderam muito, embora não tivessem dúvidas de que poderiam ter aprendido muito mais. Poderiam ter ouvido com mais atenção e feito mais perguntas, poderiam ter sido mais dedicados e se esforçado mais para imitá-lo. Será que agora conseguiriam de alguma maneira, compensar tudo isso? É possível que estivessem pensando em todas essas questões, entre outras.

Por fim, nos dias que seguiram a ressurreição, os discípulos chegaram ao grande progresso espiritual que os acompanhou por toda a vida. O relato do evangelho nos conta que inicialmente os discípulos foram pescar no mar de Tiberíades — mas não pegaram nada. Na manhã seguinte, viram Jesus na beira da praia, mas no primeiro momento não perceberam que era ele. Quando disseram a esse suposto estranho que não haviam pescado nada, ele os aconselhou a lançar as redes ao lado direito do barco e, ao fazê-lo, viram que as redes estavam tão cheias que mal conseguiam puxá-las. Eles então compreenderam que era Jesus ali na praia e ele os convidou a comer. Desceram do barco e participaram do que Mary Baker Eddy chamou de “último desjejum espiritual” com seu amado Mestre (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 34).

A Sra. Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, estudante dedicada das Escrituras e seguidora de Jesus, descreve a experiência dos discípulos: “Convencidos da infrutuosidade de seu trabalho nas trevas e despertados pela voz do Mestre, eles mudaram de método, deixaram para trás as coisas materiais, e lançaram a rede para o lado direito. Com um novo discernimento do Cristo, a Verdade, nas margens do tempo, eles puderam elevar-se em certo grau acima daquilo que assenta nos sentidos mortais, ou seja, o enterro da mente na matéria, para alcançar um novo conceito de vida como sendo o Espírito” (Ciência e Saúde, p. 35).

Os discípulos compreenderam que a ressurreição de Jesus foi a demonstração do fato de que a vida é verdadeiramente eterna e imortal, pois a Vida é Deus, o Espírito. Eles perceberam que precisavam agora elevar-se acima do conceito material de vida. Podemos considerar essas experiências de discernimento espiritual como “momentos de ressurreição” — momentos em que o pensamento deles se elevou acima do senso material de vida, para compreender não apenas a vida em Deus, mas a Vida que é Deus.

É encorajador pensar que todos nós podemos vivenciar essas percepções, mesmo diante da morte. Senti um pouco dessa inspiração após o falecimento de um amigo querido. Embora muitas vezes eu tenha conseguido dar apoio a outras pessoas nesse tipo de situação, no início achei difícil orar por mim mesmo, pois a morte parecia tão definitiva. Então constatei que mensagens angelicais de Deus começaram a fluir em meu pensamento, confortando-me e sustentando-me diante dessa evidência material de perda de vida.

A história bíblica em que Jesus ressuscita Lázaro me veio ao pensamento juntamente com a significativa conversa entre Jesus e Marta, irmã de Lázaro, antes de sua ressurreição. Jesus está confortando Marta em sua dor e declara: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (João 11:25, 26).

Compreendi que somos verdadeiramente ressurrectos — levantados para fora da crença de vida na matéria — à medida que seguimos Jesus e vivemos de acordo com a realidade que ele ensinou e provou da vida no Espírito, e não em um corpo material. Isso significa que nunca realmente morremos, porque somos filhos amados, eternos e completamente espirituais de Deus, e nossa vida está plenamente em Deus, e é de Deus.

Essas ideias me trouxeram muita paz. Minha convicção espiritual também foi fortalecida pela seguinte ideia contida em Ciência e Saúde: “O homem é imortal, e o corpo não pode morrer porque a matéria não tem vida a entregar. Só os conceitos humanos denominados matéria, morte, enfermidade, doença e pecado é que podem ser destruídos” (p. 426). Como é libertador ver acima do senso material de vida. A vida de meu amigo nunca fora perdida porque ela nunca estivera na matéria. De fato, a vida de meu amigo continuava naquele mesmo momento em Deus, a única Vida que existe.

Eu sabia que a continuidade do verdadeiro existir incluía as qualidades divinas de meu amigo as quais se destacaram para mim — compaixão, respeito, sabedoria, espiritualidade, bondade, humildade. E como essas qualidades se originam e existem para sempre em Deus, elas continuariam a fazer parte dele como filho querido de Deus. Essas qualidades, e não um corpo material, representam a verdadeira vida de meu amigo.

Essa poderosa inspiração me trouxe a cura e dissolveu todo o pesar. Ajudou-me a passar da crença na morte para um senso ressurrecto da vida em Deus, a origem de todo o existir.

Os maravilhosos relatos dos evangelhos a respeito da ressurreição de Jesus transmitem sua mensagem a cada um de nós como cada um necessita, e leva-nos diretamente às experiências dos que vivenciaram aqueles eventos. Ao refletirmos sobre os acontecimentos daquela manhã de Páscoa, possa nosso coração estar repleto da convicção espiritual e da expectativa de que também nós podemos vivenciar o poder de Deus demonstrado na ressurreição de Jesus. E podemos começar com momentos de ressurreição aqui e agora, juntamente com a alegria que encontramos nas palavras deste hino:

Exultemos, eis a Páscoa,
Doce luz alvoreceu;
Nova fé o Amor nos trouxe,
Pois a pedra removeu.
Consumou-se a promessa:
Eis o ser que Deus formou,
Coroado com a glória
Que a Páscoa consagrou. 
   (Frances Thompson Hill, Hinário da Ciência Cristã, 413, trad. © CSBD)

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