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Original para a Internet

Algo que está livre do confinamento!

Da edição de setembro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 23 de julho de 2020.


De todos os eventos que passarão a fazer parte da memória coletiva, o lockdown em uma pandemia não era bem aquilo que a maioria de nós imaginaria ou desejaria. Contudo, a maior parte da população mundial já sabe, agora, como é um “confinamento forçado”. Embora a experiência do lockdown possa levar a grandes inovações e a um espírito comunitário, ela também pode causar estresse pelo isolamento e tédio ou, por outro lado, gerar tensão por haver muitas pessoas na casa e responsabilidades adicionais. 

Não importa que tipo de dificuldades enfrentemos, dentro ou fora do isolamento social, Deus — o Amor divino infinito e incansável — é capaz de nos livrar delas, como vivenciou o Salmista. Ele cantou: “Em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga” (Salmos 118:5). 

Durante o lockdown, é possível que a “folga” que desejamos esteja em qualquer espaço fora de nossas já conhecidas quatro paredes ou, caso não tenhamos um local próprio, a “folga” estaria em qualquer espaço com quatro paredes, que possamos chamar de lar. Em todo caso, a “folga” que Deus nos proporciona não está em um lugar físico; é um estado mental que a Bíblia denomina “o reino de Deus”. Esse reino divino é a consciência espiritual da onipresença infinita e do governo supremo do Amor divino, sempre ao nosso alcance, e que todos podem descobrir e vivenciar. Isso vale, seja saindo à rua, seja vivendo em confinamento. Como disse Jesus: “...Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20, 21). 

Essa verdade é libertadora. Significa que tudo o que nos parece estar “lá fora”, fora do nosso alcance, está, de fato, ao alcance da nossa consciência, exatamente onde estamos. Por exemplo, o calor e o afeto a que anelamos, ou que desejamos compartilhar com aqueles com quem não podemos ter contato, estão presentes no Amor divino que é, em verdade, sempre representado por esses sentimentos. Nossa verdadeira consciência está povoada de intuições e ideias espirituais que vêm de Deus, nossa Mente divina. Radicalmente diferente do senso tradicional de anjos como seres divinos, a Ciência Cristã revela que os anjos são esses pensamentos puros vindos de Deus, transmitidos diretamente a todos nós, trazendo o maravilhoso senso de sermos amados. Os anjos são descritos da seguinte maneira, em uma reflexão de Mary Baker Eddy, justamente intitulada “Anjos”: “Quando recebemos a visita de anjos, não ouvimos o roçar de asas nem sentimos o toque das plumas de uma pombinha, mas reconhecemos a presença deles pelo amor que despertam em nosso coração” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 306). 

Dirigindo-se aos leitores, a autora acrescenta o desejo sincero de que sintamos esse amor espiritual profundamente gratificante, e seu desejo pode se tornar uma oração por nós mesmos, substituindo o tu por nós: “Almejo que [possamos] sentir esse toque — não é um aperto de mão, nem é a presença de uma pessoa querida; é mais do que isso: é uma ideia espiritual que ilumina [nosso] caminho!”  

Essas ideias espirituais angelicais, que iluminam nosso caminho, transformam o coração e nos libertam das limitações e das desarmonias. Jesus provou isso ao curar doenças físicas e mentais, superando a carência e transformando o caráter. Essas mudanças ocorreram graças à influência do Cristo, da ideia clara da natureza espiritual de Deus e da nossa semelhança com Ele, a qual Jesus representou e viveu, enquanto andava de cidade em cidade.

Essa mesma ideia espiritual veio a S. João e o capacitou a receber, registrar e transmitir uma visão clara e permanente do reino de Deus, durante seu confinamento. Para todos os efeitos, ele estava em lockdown, exilado na ilha grega de Patmos, quando viu “novo céu e nova terra” (Apocalipse 21:1). Sua profunda vivência espiritual, em meio a tais circunstâncias, pode ser uma inspiração para nós, quer estejamos isolados ou pressionados com gente em excesso ao nosso redor, qualquer que seja a causa. A chave para nos libertarmos dessas sensações não é a tão desejada mudança das circunstâncias físicas; sentimos essa liberdade quando vemos que o amor de Deus já é completo e ativo, presente conosco e verdadeiramente nos governando, com um propósito. Vem com a compreensão de que “Deus [nos] dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, [nos] dão o suprimento diário” (Miscellaneous Writings, p. 307). 

Essas ideias espirituais nos libertam da mentalidade mortal, da qual se originam as doenças, a carência, a solidão e outras experiências humanas desarmoniosas. Essa mentalidade mortal acredita que vivemos em um confinamento permanente, do berço ao túmulo. Isto é, acredita que estamos para sempre restritos pela matéria e confinados às suas limitações. Na realidade, essa mentalidade mortal está excluída de toda e qualquer existência, porque não tem espaço na Mente imortal, Deus, e essa Mente divina é infinita, é Tudo. 

Nossa verdadeira identidade, livre das restrições da matéria, é a de filhos de Deus, espirituais e livres. Podemos tomar consciência do fato de que Deus é nossa verdadeira Mente, aquietando nossos pensamentos para ouvir o Cristo falando conosco. Os frutos desse ouvir espiritual são principalmente mentais, como descrito na principal obra da Sra. Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, que diz: “Ao tomar consciência das tarefas infinitas da verdade, nos detemos — esperamos a direção de Deus. Então avançamos, até que o pensamento, livre de barreiras, caminhe maravilhado e a concepção ilimitada ganhe asas para alcançar a glória divina” (p. 323). Encontramos o “pensamento, livre de barreiras” e a “concepção ilimitada” na consciência do Cristo, de que Deus é Tudo-em-tudo, fato esse que podemos agora conhecer mais completamente. Essa consciência nunca pode ficar confinada. Nela, há uma reserva ilimitada de ideias espirituais que nos levam a soluções práticas.

Quer estejamos nos sentindo sobrecarregados ou entediados, dentro ou fora do lockdown, nossa verdadeira vida está permanentemente “em casa” — abrigada em segurança, com aquela “folga” sem limites que o Salmista mencionou em seu canto. É a nossa vida espiritual na Mente que é Deus — na qual a harmonia, a saúde, a alegria, o propósito e a satisfação não dependem de onde estamos, mas do que somos, como filhos e filhas de Deus, ininterruptamente amando e sendo amados.

Tony Lobl
Redator-Adjunto

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